segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pronto pra Download! EP Orquestra Superpopular


Tá ai galera, demorou mais abalou, o primeiro EP da Orquestra Superpopular!!!!!!! Façam o download: http://www.mediafire.com/download/8iccczcz8pa1jct/EP+-+Orquestra+Superpopular.rar

4 Canções. Uma homenagem a Música Brasileira.
  
  1- Que Maravilha (Jorge Ben / Toquinho)  - A união entre Jorge Ben Jor e uma inspiração Tecnobrega!

  2- Inaraí  (Salgadinho e Juninho) -  homenagem ao pagode romântico da década de 1990, a OSP encarna o "Buena Vista Social Club", dando um suingue latino a eterna gueixa pagodeira Inara.

  3- Fricote (Leandro Lehart) – Híbrido do Híbrido Cultural - Art Popular, Tim Maia e Nação Zumbi organizados e desorganizados pela Orquestra Superpopular.

  4- Rap de Mangaio  “mashup” de Rap do Silva (Bob Rum), Feira de Mangaio (Gloria Gadelha e Sivuca) e Assum Preto (Humberto Teixeira e Luiz Gozaga) – Baião e Funk Carioca..

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A segunda canção do EP - Rap de Mangaio




Nosso EP está quase saindo, amanhã no Studio RJ tem apresentação das 4 músicas e do belo repertório construído para o espetáculo Superpovo. Pra dar aquela moral aos fãs, estamos lançando a segunda faixa do EP!

Na segunda canção do EP, a Orquestra Superpopular se supera executando um “mashup” de Rap do Silva (Bob Rum), Feira de Mangaio (Gloria Gadelha e Sivuca) e Assum Preto (Humberto Teixeira e Luiz Gozaga). Curioso? Confere ai!
A nossa homenagem a música brasileira, ao Baião e ao Funk Carioca

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Revisitando as idéias! Da necessidade da Superpopular

Creio que após dois anos de trabalho surge uma necessidade natural e pública de reavaliação de um determinado projeto, no caso a nossa querida OSP. Muitas novidades estão a caminho e por isso é sempre bom revisitar e amadurecer os pensamentos. Na publicação de hoje, um velho olhar para um velho projeto onde a ideia continua sendo nova......

A Orquestra Superpopular, nasceu a partir do questionamento sobre a M.P.B. principalmente no que concerne o seu lado excluído. O brega tradicional, o pagode, o sertanejo e outros estilos considerados inferiores foram relegados a segundo plano quando não foram alijados dentro da história da música brasileira de um reconhecimento natural em torno da riqueza principalmente do seu cancioneiro. Kitsh, cafona, música de mau gosto, gosto de favelado e principalmente brega, ampliando o seu significado para todos os estilos renegados (pagode, sertanejo, axé, tecnobrega), entendemos o contexto dessas atribuições citando Paulo César de Araújo:

A palavra “brega”, usada para definir esta vertente da canção popular, só começou a ser utilizada no início dos anos 80. Ao longo da década de 70... a expressão utilizada é ainda “cafona”, palavra de origem italiana, cafóne, que significa indivíduo humilde, vilão, tolo... a expressão “cafona” subsiste hoje como sinônimo de “brega”, que, segundo a  Enciclopédia da Música Brasileira¹†, é um termo utilizado para designar “coisa barata, descuidada e mal feita” e “a música mais banal, óbvia, direta, sentimental e rotineira possível, que não foge ao uso sem criatividade de clichês musicais ou literários” (ARAÚJO, 2007, p. 20).

Isto confirma uma tradição de classificação arbitrária dentro da música brasileira ao levar esses estilos sempre para o mau gosto. Essa classificação está ligada a um autoritarismo socialmente aceito entre nós, um “enquadramento da memória brasileira” naquilo que é considerado bom ou ruim apontado por Araújo . Na música é fácil identificar a não participação desses estilos na “linha evolutiva da música popular brasileira” e quando é praticada alguma ação para que ocorra o contrário, é relegado o “limbo” para esses estilos pois não se inserem  no binômio tradição/modernidade. É claro que o conjunto de adjetivos negativos a esses estilos, não leva em consideração todo um imaginário da maioria da população, de uma memória emotiva que é veementemente descartada.revisito aqui a mesma publicação que fiz no jeito Felindie  Carlos Bonfim defendeu em 2009 que  

“...estas canções fazem parte de um repertório, de um acervo sentimental que ainda não foi devidamente considerado. Ao contrário: no Brasil (e até onde pude pesquisar, também nos demais países latino-amaericanos), os estudos e as numerosas publicações sobre a música popular realizadas ao longo da últimas décadas omitiram sistematicamente qualquer referência a uma produção que faz parte do imaginário de grande parte da população latino-amaericana."(BONFIM, 2009)   

Esses estilos e os artistas que os executam carregam consigo uma legião de fãs conquistados através de anos de luta. Com refrões sedutores e temas cotidianos voltados para um lado dramático, cômico ou romântico alcançam um público sedento por vozes que cantem e contem a sua verdade, a sua visão de mundo. Quando imergimos nesse cancioneiro algumas questões surgem e nos causam uma estranha sensação de deslocamento, surgindo uma proposta de quebra de conceitos e preconceitos já atrelados a essas músicas, levando a mim e ao público uma nova reflexão do tipo: “Será que o que é popular ou superpopular é necessariamente ruim e de mau gosto? Será que não me precipitei ao tachar essas músicas? Qual o grau de complexidade desses estilos que somente a racionalidade não alcança?”. Luiz Tatit na obra o século da canção traz questionamentos profundos sobre o fenômeno desse tipo de cancioneiro popular, vejamos:

“Como explicar a súbita promoção de um gênero local, considerado quase estático, a um plano de êxito nacional? A que necessidade de conteúdo humano atende este tipo de melodia e de letra?” (TATIT,2004, p. 234)

É claro que a sua discussão deságua em outros caminhos, mas o que é importante frisar é que essa reflexão deve ser feita sempre quando temos diante de nós o fenômeno da música superpopular. É perceber a relevância cultural que é dada a certos fenômenos musicais, como por exemplo, a Tropicália ou a Lira Paulistana que são reconhecidos e aceitos socialmente e olhar o lugar subalterno que outros ocupam. Além dos posicionamentos negativos ligados a questão de bom gosto e mau gosto que esse tipo de produção musical sofre, há outro vício que se apresenta relacionado a indústria cultural. A visão de que esse tipo de cultura é imposta por cruéis estratégias de marketing através de uma máquina maquiavelicamente organizada para alienar a população que por consequência acaba sofrendo os males de uma suposta “imposição” cultural que homogeneíza a população. Esse posicionamento é fortemente contestado por Hermano Vianna em sua abordagem sobre o funk carioca:

“E se o funk é popular (no primeiro sentido) sem ser popular (no segundo), o que deu “errado” na autenticidade carioca? Trata-se de um modismo passageiro, sem consequências? Ou de uma armadilha multinacional, produzida em laboratórios fonográficos e armada pelos meios de comunicação de massa, na qual adolescentes cariocas caíram inocentemente?” e continua, “O baile funk carioca é um exemplo bastante rico de como elementos culturais de procedências diversas, “autênticos ou não (artificiais ou não, impostos pela industria cultural ou não), podem se combinar de maneiras inusitadas, gerando novos modos de  vida e afastando a hipótese apocalíptica (ECO, 1979) da homogeneização cultural da humanidade. (VIANNA, 1988)

O caráter inventivo, criativo e até mesmo modernizador deve ser ressaltado nesses estilos musicais. Comumente são tidos como simplórios tanto ligado a técnica musical como no caráter da sua produção, porém, o que observo e convido a sua atenção para perceber, a potencialidade de possibilidades que esses gêneros musicais quando surgem trazem implicitamente e intrínsecos em si. O novo sempre vem. Basta pensarmos o que seria do samba se não fosse o advento do pagode redefinido pelo Raça Negra na década de 1990.revisito aqui a mesma publicação que fiz no jeito Felindie Transformou o pagode "raiz" agregando novos instrumentos trazendo uma roupagem pop. Tornou o pagode que eles criaram um modelo para outras gerações de pagodeiros. E dessa maneira se percebe que o samba nunca agonizou e nem morreu O teórico e PhD em musicologia Luiz Fernando Nascimento de Lima me concede esse respaldo teórico: 
"Em 1990, o Raça Negra aparecia com um perfil romântico - contrastante com o do disco Raça Brasielira - que misturava elementos de baladas pop internacional, música sertaneja e ritmos de samba (Raça negra 1990). Além disso, Raça Negra usava bateria, baixo ele´trico, saxofones e sintetizadores...A partir desse momento, o novo pagode iria se tornar um novo modelo...". (LIMA, 2002)

Dessa forma também olhamos a música sertaneja, seria ela tão pobre em suas rimas de amor e dor? Luiz Carlos Travaglia parecia não concordar com isso quando apontou no ano de 1987 mais de dez categorias e subcategorias no seu estudo sobre o discurso das letras de música sertaneja, abordando que de fato amor rima com dor mas há a existência de um todo complexo na construção dessas letras. Da axé music fica a defesa da etnomusicóloga Mônica Neves Leme, com a sua obra “Que tchan é esse, Indústria e produção musical no Brasil dos anos 90”, supera a visão reducionista de que o famoso grupo baiano era apenas bunda e letras pornográficas, fica claro esse posicionamento na página 73, demonstrando que o grupo “É o Tchan” tinha raizes nos lundus do recôncavo baiano vestindo o grupo daquilo que ele naturalmente possuía, a ponte entre a tradição e a modernidade. 

continua.....

quinta-feira, 27 de junho de 2013